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A NRF (National Retail Federation), o “Grande Show do Varejo”, começou na cidade de Nova York no domingo (12). A feira reúne profissionais da indústria varejista, empresas de tecnologia, analistas e veículos de mídia. Este ano, 40.000 participantes de mais de 100 países e 6.200 marcas estiveram no Javits Center para discutir tudo sobre varejo.
Estivemos lá e trouxemos as principais notícias do primeiro dia de um dos maiores eventos do mercado varejista, a NRF 2025.
Descubra:
Como esperado, a IA (Inteligência Artificial) surgiu em quase todas as conversas. Em uma sessão sobre os recursos de IA da Salesforce para varejistas, o vice-presidente e gerente geral Rob Garf destacou que a IA em si não é novidade no varejo. As marcas têm usado IA para fazer recomendações personalizadas há anos. Foi isso que impulsionou principalmente os 17% de todos os pedidos de fim de ano atribuíveis à IA em novembro e dezembro. Isso é apenas o começo do que a IA pode fazer pelo varejo, disse Garf. Agora, a IA generativa está surgindo, a ser seguida pela IA autônoma e, eventualmente, pela inteligência artificial geral, disse Garf.
O consenso emergente em torno da IA parece ser que os varejistas podem se sentir apreensivos sobre a IA e seus muitos usos potenciais, mas eles não podem se dar ao luxo de ignorá-la. Como grande parte da tecnologia é tão nova, pode ser difícil para os varejistas encontrar talentos para trabalhar com ela, disse Ekta Chopra, diretora digital da elf Beauty. “Todo mundo é especialista em IA e ninguém é”, ela disse aos participantes.
O futuro do varejo será marcado pela ubiquidade da inteligência artificial, e as lideranças precisam estar preparadas para essa nova realidade. A familiaridade com ferramentas de IA não é mais uma vantagem competitiva, mas uma necessidade estratégica. Líderes digitalmente preparados não apenas compreendem o potencial da tecnologia, mas também sabem como utilizá-la para conduzir mudanças significativas nas organizações. À medida que a IA se expande, sua presença em todos os processos — desde o atendimento ao cliente até a gestão de estoques — trará praticidade e eficiência, redefinindo como empresas e consumidores interagem no mercado.
A linha entre o varejo online e o varejo na loja continua a se confundir, pelo menos para os varejistas. “Todos precisam pensar como um varejista omnicanal”, se quiserem ter sucesso, disse Michelle Gass, nova CEO da Levi’s. Gass destacou sua gestão na Kohl’s. Durante seu tempo no comando, a rede varejista começou a aceitar devoluções da Amazon nas lojas. A parceria foi uma bênção para os negócios da Kohl’s, disse ela, trazendo novos clientes para as lojas.
John Furner, CEO do Walmart US, ecoou o ponto. Na semana passada, o Walmart anunciou várias atualizações de aplicativos que também impactariam a forma como os clientes compram nas lojas. Por exemplo, no Sam’s Club, os membros agora podem pular o checkout escaneando itens e pagando em seus telefones. Os clientes não terão mais que esperar na fila enquanto um funcionário verifica seus recibos para confirmar as compras, anunciou o varejista.
Para as novas gerações, não há mais uma distinção clara entre o que é virtual e o que é físico — tudo é real, apenas acessado por diferentes canais. Para esses consumidores, uma experiência de compra digital é tão tangível quanto a realizada em uma loja física. Essa mudança de percepção reforça a importância de estratégias omnichannel, onde cada interação, seja presencial ou digital, entrega valor e continuidade. Empresas que integram esses canais de forma fluida não apenas atendem às expectativas dos clientes, mas também criam experiências imersivas que os fidelizam e maximizam seu potencial de consumo.
No primeiro dia da NRF 2025, a importância da cultura organizacional como motor do crescimento a longo prazo foi um dos temas centrais. Brian Cornell, CEO da Target, e Abubakarr Bangura, vice-presidente de grupo, compartilharam insights sobre como as empresas podem prosperar em meio a um ambiente em constante evolução. Durante o painel liderado por Michael Bush, CEO da Great Place to Work, Cornell destacou a relevância de ouvir os colaboradores: “Passamos muito tempo com nossas equipes de linha de frente, fazendo perguntas, ouvindo-as e entendendo como tornar o trabalho mais impactante para elas”. Essa prática, segundo ele, não só melhora a satisfação, mas também fomenta o crescimento profissional dos times.
Um dos exemplos mais significativos compartilhados foi o programa interno da Target, desenvolvido por diretores de loja para diretores de loja. Bangura explicou como essa iniciativa promove a troca de experiências entre líderes, ajudando-os a superar desafios e a crescer em suas funções. Para ele, o futuro da força de trabalho depende de duas coisas essenciais: aprendizado contínuo e o domínio de habilidades tecnológicas. “Com esse cenário em mudança, precisamos garantir que nossos líderes estejam continuamente aprendendo e crescendo”, afirmou Bangura. Essa perspectiva reflete a necessidade de preparar líderes para lidarem com as transformações trazidas por tecnologias como a inteligência artificial.
Outro destaque foi o programa “Dream 2 Be”, que oferece aos colaboradores da Target a possibilidade de cursar graduações, pós-graduações e certificados sem custos. Essa iniciativa demonstra o compromisso da empresa em qualificar seus times para um futuro dinâmico e tecnológico. O resultado é um ambiente de trabalho no qual 70% dos funcionários afirmam sentir-se valorizados. Essa combinação de escuta ativa, desenvolvimento profissional e acesso à educação coloca a Target como um exemplo de como a cultura organizacional pode ser um diferencial competitivo no mercado.
No painel “Três marcas, uma estratégia de crescimento: o poder do novo capítulo ousado da Macy’s Inc.”, os CEOs da Macy’s Inc., Bloomingdale’s e Bluemercury destacaram como a sinergia entre as três marcas é a base para o sucesso da empresa no cenário varejista atual. Tony Spring, presidente e CEO da Macy’s Inc., enfatizou que cada marca desempenha um papel único e crucial para fortalecer o portfólio do grupo. A Bloomingdale’s, com seu foco em experiências de luxo, e a Bluemercury, líder em beleza, complementam a Macy’s, criando um equilíbrio que permite à empresa alavancar sua escala e competitividade. “Há uma oportunidade enorme em explorar sinergias entre armazenamento, jurídico, finanças e operações, garantindo que a soma seja maior que as partes”, explicou Spring.
Além da estratégia de integração, os executivos ressaltaram a importância de criar experiências memoráveis para os consumidores. Spring descreveu o varejo como uma forma de “terapia de compras”, onde os clientes buscam uma fuga da rotina diária. Ele destacou que o equilíbrio entre o digital e o físico é essencial para atender às necessidades do consumidor moderno, que deseja flexibilidade e escolha. “Nunca acreditei que o varejo seria apenas digital. O futuro está em oferecer uma experiência híbrida, onde os canais físico e digital se complementam para proporcionar o melhor ao cliente”, concluiu Spring. Essa abordagem reflete um compromisso com a inovação e a experiência do cliente como pilares para o crescimento contínuo da Macy’s Inc.
O primeiro dia da NRF 2025 trouxe uma enxurrada de insights valiosos, mostrando como tecnologia, cultura organizacional e estratégias omnichannel estão moldando o futuro do varejo. Debates sobre inteligência artificial, o papel da cultura empresarial e a integração de canais digitais e físicos destacaram a importância de inovação e adaptação neste mercado dinâmico. Os palestrantes compartilharam práticas e visões que, sem dúvida, servirão como referência para varejistas que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em meio às transformações do setor.
Estamos ansiosos pelo que os próximos dias do evento nos reservam. Continuaremos acompanhando de perto cada painel, entrevista e inovação para trazer a você, leitor, o melhor conteúdo sobre o futuro do varejo em 2025. Fique conosco para mais atualizações e análises que irão inspirar e informar sobre as tendências e estratégias que definirão os rumos do mercado varejista.
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