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O 12º Encontro de Gestores Supermercadistas, realizado no dia 11 de junho, no Ouro Minas Palace Hotel, em Belo Horizonte, reuniu mais de 280 líderes do varejo em um dia repleto de insights, debates e soluções práticas para os desafios do setor.
Contando com o patrocínio da Bluesoft, Compex, Perto, Epson, F360, Scanntech, Crialed, Megalodon, imendes, CresceVendas, Ds Marketing, SmartTef e Itaú; e o patrocínio do InfoVarejo, Cupom Verde, Três Corações, Meu Cliente, Amis e Gelak, o 12º Encontro de Gestores contou com palestras de especialistas e cases reais, reforçando a importância da gestão estratégica, tecnologia e pessoas para o crescimento sustentável do varejo.
Descubra:
O evento começou com as boas-vindas de Alcides Junqueira e Paulo Nani, fundadores da Avanço, que destacaram a importância da troca de conhecimento entre os supermercadistas.
Alcides Junqueira, com sua visão inspiradora, enfatizou que o varejo se fortalece quando os gestores trabalham em colaboração, não em competição.
“Concorrente não é inimigo, aprendizado nunca é pouco. Aproveitem esse dia para trocar ideias e fortalecer o varejo. Agradeço a todos que dedicaram seu tempo para estar aqui, porque são vocês que fazem a diferença no mercado”, afirmou.
Ele ainda reforçou o compromisso da Avanço em apoiar os supermercadistas com soluções inovadoras e suporte contínuo.
Paulo Nani complementou destacando a importância de absorver os aprendizados do evento. “Aproveitem cada palestra, cada networking. O futuro do varejo depende da nossa capacidade de nos adaptarmos e inovarmos juntos. Não podemos ficar parados diante dos desafios que surgem todos os dias”, disse.
Gabriel Junqueira, diretor da Avanço, abriu a programação discutindo um dos maiores desafios do setor: a escassez de mão de obra qualificada. Ele explicou que, enquanto muitos setores enfrentam dificuldades operacionais, o varejo sofre com a falta de pessoas dispostas a trabalhar em funções essenciais, como operação de caixa e reposição.
Uma das principais causas apontadas foi a mudança demográfica. Diferentemente de décadas passadas, quando a população jovem era abundante, hoje a pirâmide etária está se invertendo, com menos pessoas em idade ativa disponíveis para o mercado. Isso significa que, mesmo que os supermercados queiram contratar, a mão de obra simplesmente não está lá em quantidade suficiente.
Outro fator crítico é a Geração Z, que hoje representa a força de trabalho emergente. Esses jovens valorizam flexibilidade, propósito e reconhecimento constante, características que o varejo tradicional nem sempre oferece. Gabriel destacou que muitos jovens veem o trabalho em supermercados como pouco atrativo devido a rotinas rígidas, falta de feedback e pouca valorização.
“Não adianta reclamar que eles não querem trabalhar. Temos que repensar como estruturamos as funções e como engajamos essas pessoas”, afirmou.
Além disso, as condições de trabalho também pesam. Muitos supermercados operam em horários extensos, incluindo finais de semana e feriados, o que pode desmotivar os colaboradores. Gabriel sugeriu que, em vez de apenas lamentar a falta de pessoal, os varejistas deveriam investir em automação, melhorias nos processos e resgate do orgulho de pertencer ao setor.
Ele encerrou com uma reflexão importante:
“A rotatividade no varejo é de mais de 70% ao ano. Precisamos aprender a operar com menos gente, mas com muito mais eficiência. Tecnologia e gestão estratégica são os caminhos para isso.”
A Avanço apresentou diversas novas funcionalidades durante o evento, uma delas foi sua nova plataforma de suporte via WhatsApp, desenvolvida para agilizar o atendimento aos clientes e reduzir a dependência de sistemas ultrapassados. Com a crescente escassez de mão de obra, a empresa entendeu que era essencial oferecer uma solução que permitisse aos supermercadistas resolver problemas rapidamente, sem burocracia.
O novo sistema permite que os operadores de caixa e gestores enviem dúvidas diretamente pelo WhatsApp, com triagem automatizada que direciona a demanda para o especialista mais adequado.
“Antes, o colaborador tinha que ficar parado esperando uma resposta no computador. Agora, ele tira uma foto do problema, envia pelo celular e recebe a solução em tempo real”, explicou Adilson Badaró, diretor da Avanço.
A mudança reflete uma adaptação necessária ao comportamento atual dos usuários.
“Antes usávamos Skype, depois Telegram, mas hoje tudo acontece no WhatsApp. Se o cliente já está lá, por que não atendê-lo da forma mais fácil?”
A expectativa é que a nova ferramenta aumente a produtividade e reduza o tempo perdido com suporte técnico.
Gilson Lopes, empresário, supermercadista e diretor do Supermercado Central de Alimentos, especialista em gestão de processos, trouxe uma abordagem direta sobre gestão eficiente. Ele compartilhou sua experiência ao assumir um negócio familiar à beira da falência e como transformou a situação através de processos claros e gestão estratégica.
“O maior ladrão da empresa muitas vezes é o próprio dono”, afirmou Gilson, explicando que muitos empresários acabam prejudicando seus negócios por falta de organização financeira. Ele destacou a importância de separar as contas pessoais das empresariais e implementar controles rígidos, especialmente em setores críticos como o açougue, onde as perdas podem chegar a R$ 100 mil mensais sem processos adequados.
Gilson apresentou os quatro pilares para uma empresa lucrativa: processos, pessoas, sistemas e contabilidade.
“Toda empresa tem como objetivo principal gerar lucro. Se você não está focado nisso, está apenas administrando um hobby”, disse.
Ele enfatizou a necessidade de dupla conferência em operações sensíveis e como a tecnologia pode ajudar a reduzir perdas e aumentar a eficiência.
Uma das lições mais valiosas foi sobre delegação. “Eu sempre quis ser inútil no meu negócio. Quero que ele funcione sem mim”, brincou. Ele explicou que muitos empresários centralizam todas as decisões, criando gargalos e impedindo o crescimento. A solução? “Se quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá acompanhado. Encontre quem já chegou onde você quer chegar e aprenda com essa pessoa.”
Bruno Silva, diretor da ABC Corp Consultoria, especialista em operações varejistas com mais de 17 anos de experiência em supermercados, abordou um tema crucial: como operar melhor com menos pessoas. Ele questionou se o problema real é a falta de colaboradores ou a falta de priorização nas tarefas. “Muitas vezes, temos gente suficiente, mas estamos desperdiçando tempo com processos ineficientes”, afirmou.
Bruno destacou a sobrecarga dos gerentes, compartilhando casos reais de profissionais afastados por estresse. “Temos uma gerente de 32 anos afastada por pressão excessiva. Outro precisou antecipar férias para evitar um colapso. Isso é sustentável?” Ele alertou que, sem mudanças, o custo da rotatividade e do absenteísmo continuará crescendo.
A solução proposta foi simplificar processos, melhorar a comunicação e engajar as equipes. Bruno sugeriu a criação de comitês semanais com a liderança para discutir problemas e definir ações.
“Se você tem 10 processos fora do padrão e corrige um por semana, em dois meses sua operação já estará muito melhor”.
Ele também enfatizou a importância de ouvir quem está na operação. “Pergunte ao repositor por que certos produtos não vendem há 15 dias. Muitas vezes, a solução está na ponta, mas ninguém pergunta.”
André Faria, CEO da Bluesoft, trouxe uma visão futurista sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) no varejo. Ele destacou que a IA generativa está revolucionando setores inteiros e que o varejo não pode ficar para trás.
“Antes de contratar alguém, pergunte-se: essa função não pode ser automatizada?”, provocou André. Ele citou exemplos como o Walmart, que aumentou seu valor de mercado em US$ 150 bilhões enquanto reduzia postos de trabalho através da automação.
André também falou sobre robôs humanoides, que já são capazes de realizar tarefas complexas em armazéns e até mesmo em lojas.
“Em 2025, esses robôs serão cada vez mais comuns. Eles podem colaborar entre si, resolver problemas sozinhos e trabalhar 24/7 sem cansaço.”
Para os supermercadistas, a mensagem foi clara: “A IA não é mais opcional. Quem não se adaptar ficará para trás.” Ele sugeriu começar com aplicações práticas, como chatbots de atendimento, personalização de ofertas e automação de marketing.
Luan Azevedo, CEO da DS Marketing, especialista em marketing digital para supermercados, e Luccas Dutra, supervisor em Programas e Produtos da Rede Smart, com 13 anos de experiência em inovação no varejo, mostraram como a automação pode transformar o marketing no varejo.
Com mais de 400 filiados em 22 estados, a Rede Smart enfrentava o desafio de padronizar comunicações sem perder a identidade local.
“Cada loja tem suas particularidades. Como criar campanhas eficientes para todas sem virar um gargalo?” A solução foi uma plataforma centralizada que permite às lojas criarem materiais de marketing de forma ágil, sem depender de uma equipe enorme.
Luan explicou que a ferramenta reduz a necessidade de especialistas em cada filial. “Antes, tínhamos 400 lojas pedindo artes. Agora, o próprio gestor gera seu material em minutos, com qualidade profissional.”
Ele também falou sobre Retail Media, uma tendência que transforma o espaço físico em mídia. “Sua loja é um ativo publicitário. Negocie com fornecedores para ocupar esses espaços com inteligência.”
Rafael Haddad, CEO da Amo Varejo, trouxe uma das palestras mais impactantes do evento ao abordar um dos maiores desafios do varejo moderno: a dependência excessiva de funcionários-chave e a falta de liderança efetiva. Com uma abordagem franca e prática, ele questionou: “Por que os ‘laranjas podres’ têm tanta força nas organizações? Por que poucos colaboradores negativos conseguem influenciar tantos outros?”
Rafael iniciou destacando um cenário comum: o varejista que se torna refém de seus próprios funcionários. “Muitas vezes, o dono ou gestor é o único que resolve problemas, criando uma cultura de dependência. Isso acontece porque muitos líderes preferem fazer em vez de ensinar – é mais rápido, mas no longo prazo, você paralisa o crescimento da equipe”, explicou.
Ele apontou cinco fatores que enfraquecem as equipes:
“No varejo, não dá para centralizar tudo. São muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Se você não tem pessoas que te ajudam, a operação emperra”, alertou.
Rafael propôs uma mudança de mentalidade: todo funcionário, bem treinado, pode contribuir além da sua função básica. “Um repositor, quando capacitado, pode ajudar no layout, identificar produtos parados há 15 dias e até sugerir melhorias. Ele está na operação e vê o que o gestor, muitas vezes, não enxerga”, exemplificou.
Ele compartilhou um caso prático: “Um cliente pode escolher um produto 10 centavos mais caro simplesmente pela apresentação. Quem percebe isso primeiro? O repositor. Se você não conversa com ele, perde oportunidades de melhoria.”
Autoconhecimento – “Um líder precisa saber: Quem sou eu? Quais são meus pontos fortes e fracos? Como meus defeitos atrapalham minha equipe?” Rafael destacou que liderança começa pelo exemplo.
Propósito e Valores Claros – “Quais são seus três valores inegociáveis? Para mim, são: proatividade, fazer mais que o necessário e pensamento crítico. Se sua equipe não sabe o que você valoriza, como podem seguir sua liderança?”
Gestão Estratégica de Pessoas – “Um RH moderno não pode ser apenas burocrático. Precisa monitorar toda a jornada do colaborador, desde o recrutamento até o desenvolvimento.” Ele sugeriu métricas claras: quantos currículos foram recebidos, quantos candidatos foram entrevistados, quantos treinamentos foram realizados.
Um dos insights mais valiosos foi sobre proatividade. “Muitos dizem que colaborador proativo já nasce assim. Discordo. Proatividade se treina. Você pode criar sistemas que incentivem as pessoas a tomarem iniciativa”, afirmou. Como? Dando autonomia, reconhecendo bons resultados e mostrando como cada ação impacta o todo.
Rafael encerrou com uma reflexão poderosa: “O verdadeiro líder não é aquele que resolve tudo sozinho, mas aquele que forma outros líderes. Se você quer um varejo forte, invista nas suas pessoas. Um time alinhado, com valores claros e autonomia, é imbatível.”
Sua palestra deixou claro: no varejo do futuro, gestão de pessoas não é um departamento – é a estratégia central do negócio.
O evento terminou com um painel sobre os próximos passos para o varejo. Bruno Rodrigues, Gerente de Trade Marketing, E-commerce e CRM do Grupo Supernosso; e Paula Valduga, Gerente de Trade Marketing no Grupo Koch em Santa Catarina, concordaram que os três pilares para o sucesso são:
Gabriel Junqueira fechou com uma mensagem motivadora: “O varejo está mudando, mas as oportunidades são maiores do que nunca. Quem se adaptar, crescerá. E a Avanço estará aqui para apoiar cada um de vocês nessa jornada.”
O 12º Encontro de Gestores Supermercadistas superou todas as expectativas, reunindo ideias transformadoras, cases reais e networking valioso em um só lugar. Foi um dia intenso de trocas, reflexões e descobertas que certamente impactarão o varejo nos próximos meses. Agradecemos a todos os palestrantes, patrocinadores e participantes que tornaram este evento inesquecível. O sucesso dessa edição só aumenta nossa expectativa para o 13º Encontro em 2026, onde continuaremos a debater as tendências, desafios e oportunidades do setor. Contem conosco para mais um ano de inovação e crescimento coletivo! Até lá, sigam aplicando esses aprendizados e transformando seus negócios. Nos vemos no próximo ano!
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