A cadeia de suprimentos e a cadeia de informação

Muito se trabalha para melhorar a entrega e a disponibilidade de produtos no varejo. A luta por reduzir ruptura em gôndola é um constante desafio e frente de forte atuação do varejo como um todo.

Além disso, os investimentos em infraestrutura, tais como Centro de Distribuição (CD), estrutura de entrega de última milha, parcerias com empresas de entrega, investimentos para garantir a alta disponibilidade e a entrega rápida são temas sempre presentes no dia a dia do varejo.

O objetivo é ter o produto certo, no local certo, na hora e quantidade certas. Por isso, colocamos todos esses assuntos na disciplina de Gestão da Cadeia de Suprimentos, que não se dissocia da cadeia de informação. Continue lendo para entender mais sobre essa relação.

Cadeia de informação: entenda a influência na cadeia de suprimentos!

Em certa ocasião escutei de um consultor: “Construímos uma nova fábrica na cidade X, além da outra fábrica na cidade Y para reduzir o tempo de entrega de 2 dias para 2 horas, contudo continuamos levando 5 dias para conseguir receber um pedido eletrônico do nosso cliente…”

Essa passagem ilustra bem a influência da cadeia de informação dentro da cadeia de suprimentos.

A informação tem que ser completa, precisa e no tempo adequado, assim como o produto no ponto de vendas. Conseguimos vencer desafios físicos como fazer entregas em 30 minutos, mas mesmo com a tecnologia, ainda temos dificuldade de encurtar o tempo e melhorar a qualidade dos fluxos de informação.

Por exemplo, vemos varejos de vários segmentos lamentando sobre o tempo que levam para cadastrar um novo produto por conta da baixa qualidade da informação que chega, provocando idas e vindas no processo, ou ainda informações incompletas, ou desatualizadas.

Mesmo com um esforço grande dos players da cadeia em tentar ter lançamentos mais cedo às gôndolas, muitas vezes os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento esbarram em processos como o cadastro e necessidades de amostras (mockups) físicas, causando grande lentidão. É a cadeia de informação impactando a cadeia de suprimentos.

Cadeia de suprimentos: como resolver o tema?

A questão é o fluxo em si, as ferramentas e a disciplina de execução, ou ainda usando o tripé: Pessoas (disciplina), Processo (fluxo) e Tecnologia (ferramentas).

Tomando a questão do cadastro, que é a nossa especialidade, muitos varejos ainda relutam em colocar modelos automatizados como parte do seu processo padrão, mantendo alternativas manuais que aumentam a possibilidade de erros, com informações imprecisas e incompletas.

Um exemplo é usar fichas de cadastros com base em planilhas, exigindo digitação manual e baixo nível de validação.

Quando o varejo busca implementar um processo automatizado, eliminando processos manuais, em muitos casos existe uma resistência em ter que aderir a mais um processo “obrigatório”. Contudo o olhar tem que estar direcionado para os benefícios.

Um cadastro automatizado é tão natural quanto receber um pedido eletrônico, fazer um agendamento no portal de entregas ou pagamento eletrônico.

Cadastro automatizado de produtos: uma solução para a cadeia de suprimentos!

Empresas que implementaram um modelo automatizado de cadastro desde o lançamento até a ativação no varejo chegam a economizar 60 dias no processo. Isto se traduz em 60 dias a mais de vendas ou de vendas antecipadas. Isto pode ser determinante, por exemplo, no sucesso de um lançamento ou na mudança do cliente para outro varejo.

Por que a redução é tão grande se o processo manual parece funcionar?

Na realidade, o processo manual muitas vezes “passa”, deixando erros no caminho. Informações erradas, incompletas fazem com que problemas apareçam em momentos diferentes da operação, mesmo que o varejo tenha conseguido informações suficientes para poder comprar o produto.

Alguns depoimentos de varejos:

“Temos que implementar o processo de cadastro validado porque mesmo conseguindo cadastrar os produtos rapidamente, praticamente todos os produtos estão com medidas erradas, causando erro nos volumes de compras, pois são baseados no nosso planograma”.

“As descrições dos produtos não seguem um padrão, pois depende da disciplina de quem está cadastrando, e isto impacta na gestão de categoria”.

“Temos devoluções constantes, pois as notas não batem com as informações de cadastro dos itens, seja na questão de impostos ou mesmo na codificação dos itens”.

“Não conseguimos colocar todos os produtos no e-Commerce, pois grande parte ainda não possui imagens, ou imagens com qualidade mínima”.

Mudando a visão sobre o cadastro de produtos

O diagnóstico principal para a resistência na implementação de processos automatizados de cadastro é que o cadastro ainda é visto como um conjunto mínimo de informações para que o varejo consiga comprar o produto e, logicamente, existe uma pressão grande dos fornecedores e compradores para que seja executado da maneira mais rápida possível.

Contudo, os problemas aparecem em outro momento, causando mais atrasos e mais danos à operação e prejuízos significativos. Isto porque o efeito do cadastro atinge inúmeras áreas: GC, Pricing, Fiscal, Logística, e-Commerce, Recebimento, Segurança Alimentar, Planograma, etc.

A resposta é instituir um processo em que o cadastro é completo, validado, com imagens e automático (sem intervenção de processos manuais) e sem processos alternativos de cadastro, como fichas, e-mails, etc. Mais eficiência, maior disponibilidade!

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