Você já parou para pensar na velocidade que é realizada uma venda em cartão de crédito? Você sabe a quantidade de empresas envolvidas nessa operação? Quais tecnologias envolvidas? Até onde vai a responsabilidade das “bandeiras”? E dos bancos? Qual a função das adquirentes e subadquirentes? Como tudo isso “conversa” e responde o ponto de venda em poucos segundos?
Esses são alguns questionamentos recorrentes de grande parte de gestores do varejo.
Normalmente, os varejistas têm dificuldade de entender como funciona uma venda em cartão de crédito. Saber como funciona o fluxo de uma venda em cartão ou então como é direcionada e dividida a taxa do cartão cobrada do estabelecimento é sempre um desafio para o gestor de um negócio.
Neste artigo explicaremos como funciona a venda com cartão de crédito, os players envolvidos e nomes técnicos utilizados pelo mercado de meios de pagamentos.
Antes de entender como funciona a tecnologia é preciso ter uma visão ampla do mercado de meios de pagamentos no Brasil. Por isso, vamos detalhar os players envolvidos:
Começando do topo, são as bandeiras que detém a “gestão” e ditam boa parte das regras seguidas pelos demais participantes, elas realizam o “Arranjo dos meios de pagamentos”. Alguns exemplos de bandeiras: MASTERCARD, VISA, AMEX, e ELO.
Como temos cartões de crédito nacionais e internacionais são as bandeiras responsáveis por garantir que seja possível realizar uma compra com o cartão em centenas de países do mundo.
Elas são o elo principal na gigante rede entre os estabelecimentos comerciais do planeta. Além disso têm um importante controle antifraude, já que conhecem o perfil de compra dos consumidores.
Tente ir ao exterior e comprar com seu cartão de crédito internacional sem avisar a operadora. Se você não for uma viajante rotineiro a chance da bandeira negar a transação é muito grande.
Pelo acesso à rede mundial, a prestação de serviços e processamento das transações, as bandeiras cobram das adquirentes taxas por cada operação, essas podem variar de acordo com a empresa, principalmente do segmento.
Quando vamos no detalhe, até o nicho do estabelecimento comercial impacta na taxa, varejistas focados na classe alta, com locais premium e que recebem muitos cartões com recompensas sofisticadas, como Mastercard black ou Visa Infinite, podem ter taxas mais altas do que estabelecimentos mais populares, tudo isso é analisado pelas bandeiras em conjunto com as adquirentes.
Para conversar com as bandeiras temos as adquirentes, normalmente empresas com atuação no âmbito nacional e que são credenciadas para essa intermediação. As adquirentes são responsáveis por realizar a negociação das taxas com os varejistas, seguindo as regras das bandeiras.
Sua operadora erra ao aplicar taxas? Saiba o que fazer.
No Brasil, ainda existe um vínculo grande destas empresas com bancos. Cielo com Banco de Brasil e Bradesco, Rede com Itaú e Getnet com Santander, entretanto grandes players como First Data (BIN) e Stone (ARPEX) estão crescendo neste mercado de forma independente.
São as adquirentes que realizam o processamento da operação intermediando o contato entre varejista e bancos emissores do cartão de crédito (pagadores).
Aqui temos uma possibilidade interessante para o varejista: é sua responsabilidade escolher qual a adquirente deseja rotear os cartões, no jargão do segmento por onde quer realizar o “tombamento” dos cartões.
E como é o próprio varejista que negocia a taxa com as bandeiras é um oportunidade de conhecer e analisar o mercado.
Por realizar a intermediação, processamento, integração entre os players e também a liquidação dos pagamentos, as adquirentes também ficam com uma parte da taxa cobrada do varejista.
São empresas que também funcionam como intermediárias no processo da venda com cartão, porém, diferente das adquirentes, estas organizações não realizam o contato direto com as bandeiras.
O foco das sub-adquirentes é a venda direta para o cliente final, tendo o poder de negociar taxas e tarifas. Porém, todas as transações de uma Sub passa por uma adquirente, consequentemente pela bandeira e retorna ao seu estabelecimento.
A operação de uma Sub funciona de forma similar às adquirentes, mas ela utiliza de boa parte da estrutura de processamento existente das adquirentes.
Tem problema ao controlar suas vendas em cartão? Veja este artigo.
São os bancos que conhecem os consumidores e sabem qual a capacidade de pagamento de cada cliente.
De posse destas informações, conveniados com as Bandeiras e com as adquirentes os bancos emitem o “plástico”, o cartão de crédito com o limite para a compra, concedido e controlado pelo próprio banco e o logotipo de uma bandeira parceira. É importante ressaltar que alguns bancos são responsáveis por fornecer cartões especiais, como é o caso do Cartão BNDES.
É o banco emissor o responsável por “liberar” o dinheiro ao estabelecimento, lembra que o dinheiro sai da conta do cliente e vai para o estabelecimento comercial, porém no meio do caminho as taxas da bandeira e da adquirência são cobradas. O varejista recebe o valor líquido da operação.
Em um exemplo fictício, em uma venda de R$ 100,00 (cem reais) com taxa de 3% para o estabelecimento comercial, o banco fica com R$ 1,00, a adquirente fica com R$ 1,00 e bandeira fica com R$ 1,00, sendo que na conta do varejista são depositados R$ 97,00 (97%) do valor, os outros 3% são divididos entre os envolvidos no “arranjo de pagamentos”.
Para realizar a comunicação direta entre o estabelecimento e as adquirentes existem alguns caminhos, dois são mais conhecidos: o POS (Point Of Sale) é o mais comum, mas também temos o TEF (Transferência Eletrônica de Fundos).
O POS, também conhecido como a maquininha, tem a marca da adquirente ou subadquirente e direciona a venda com cartão de crédito diretamente para a adquirente ou Sub, que recebe os dados e em seguida faz a comunicação com a bandeira, que autoriza ou não a transação e com o banco que verifica o limite disponível, refazendo todo o caminho de volta até o estabelecimento comercial.
No caso do TEF o software de frente de caixa (PDV) do varejista entra na operação. No Brasil são poucas TEF HOUSES especializadas e homologadas pelas adquirentes para intermediar tecnologicamente uma transação de cartão de crédito.
Os sistemas do PDV, capturam as informações da venda e do cartão de crédito através do PINPAD (equipamento homologado e criptografado). De posse dos dados da venda, o PDV repassa as informações para o TEF que inicia todo o caminho do estabelecimento até a adquirente, que por sua vez conversa com a bandeira e banco.
Durante uma venda ou compra em cartão de crédito, o “plástico” não sai da sua mão, porém, os dados protegidos e criptografados, viajam pelo mundo em questão de segundos. É assim que funciona uma venda em cartão.
Saber sobre esse procedimento é importante para o varejista, pois no momento em que acontecer algum erro no processo, ele saberá exatamente a quem recorrer. Além disso, hoje em dia no momento de contratar uma operadora de cartão de crédito (adquirente) é preciso que o gestor entenda o fluxo da operação, isso garantirá uma boa escolha.
No InfoVarejo sabemos que as transações em cartões representam boa parte das vendas de uma negócio, por isso destacamos a importância de um software para conciliar todas as operações dessa forma de pagamento.
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