No dia 24 de novembro, aconteceu, no Hotel Ouro Minas, o 9º Encontro de Gestores Supermercadistas, evento que contou com palestras de grandes nomes da área e reuniu mais de 150 supermercadistas de Belo Horizonte e região metropolitana.
A abertura do Encontro de Gestores Supermercadistas ficou a cargo do Alcides Junqueira, presidente da Avanço Informática, empresa fornecedora de ERP para o varejo alimentício, que introduziu os assuntos que seriam tratados nas palestras.
Separamos alguns tópicos para você ficar por dentro dos principais temas abordados no evento!
Descubra:
A primeira palestra ficou a cargo do Gabriel Junqueira, diretor da Avanço Informática, que abordou o tema da Transformação Digital nos supermercados.
De onde surgiu a TD? Alguns fatores impulsionaram essa tendência, como a criação e popularização dos computadores pessoais e da internet nos anos 90, e o surgimento das novas gerações – Millennials no início dos anos 80 e Z nos anos 90 – que já nasceram inseridas nas novas tecnologias.
Transformação Digital não é só tecnologia, é a mudança de comportamento do consumidor, que mudou a forma de se relacionar e de comprar. Com o tempo passamos a nos relacionar no mundo virtual e com o mundo virtual. A forma de fazer coisas mudou.
O que o varejo tem a ver com isso? Onde tem pessoas tem comércio e para vender e se estabelecer no mercado você vai precisar conquistar essas novas gerações.
TD é um termo, uma definição muito recente, não tem uma resposta certa ou errada. Por isso, buscar definir os principais assuntos da transformação digital é importante para organizar as ideias.
3 questões essenciais para a TD:
1 – Integração dos ambientes online e offline. Hoje não adianta só vender, você precisa se comunicar com o cliente. Isso envolve Omnicanalidade, E-commerce, App de vendas e Marketplaces (ifood, Rappi, etc); opções de compra e entrega, como Scan n’ Go, Take away, BOPIS (compre online e retire na loja), Lockers; e comunicação digital e em linha com todos os canais, como Redes Sociais, WhatsApp, Site, e-mail e SMS.
2 – Experiência e fidelização, que tem como exemplos a utilização de self sheckouts e outras tecnologias para a automatização do atendimento e diminuição de atrito no PDV; ações como promoções exclusivas para determinados consumidores (Personalização/CRM/APP); ofertas de alimentação fora do lar (Refeição, Kits de receita, Pizzas e Saladeira); e investimento nos perecíveis com frescor e qualidade (Hortifruti, Açougue e Padaria).
3 – Inovação, velocidade e mobilidade, englobando integrações com soluções especialistas; utilização de inteligência de dados para tomada de decisão; digitalização das operações com mobilidade e mudança cultural da força de trabalho, a gestão precisa ser baseada em um propósito.
Se nós entendemos o comportamento do consumidor, nós conseguimos ofertar o que ele precisa.
Quem também esteve presente no 9º Encontro de Gestores Supermercadistas foi o Daniel Souza, líder da área de Desenvolvimento de Novos Negócios da Nielsen.
O especialista afirmou a importância de entender como o consumidor, seja ele no ambiente físico ou na parte digital, consome.
Com a economia desestabilizada, a aceleração da inflação, a pandemia e o aumento significativo no desemprego no país, o consumidor começa a ter medos e isso modifica seu comportamento.
Esse novo consumidor começa a ter uma preocupação maior em ser saudável, aumentando produtos como frutas, integrais e sem açúcar. Mas também tem o fato das pessoas passarem a maior parte do tempo em casa e precisarem fazer várias atividades domésticas, o que contribuiu para o aumento de produtos de praticidade, como alimentos congelados. Além disso, os produtos de indulgência, que são aqueles que pensamos que não devemos, mas merecemos comer também tiveram um aumento expressivo, como os chocolates importados e cafés diferentes.
Outro ponto que veio com a situação econômica do país é que o consumidor está voltado para a compra de abastecimento do mês e algumas compras de reposição entre as de abastecimento.
Gabriel Junqueira também apresentou uma nova solução que chegará no mercado em Janeiro de 2022, o Cupom Verde. Esse produto entrega o que o novo consumidor busca, uma solução sustentável no mercado.
Mas o que é o Cupom Verde?
O Cupom Verde é um aplicativo que gera e disponibiliza o cupom fiscal via aplicativo, substituindo a impressão da nota em papel térmico.
Por que isso é importante?
O papel térmico utilizado na impressão das notas possui uma substância chamada Bisfenol A, ou BPA. Essa substância é extremamente tóxica e prejudicial à saúde humana e ambiental como um todo, atuando como desregulador endócrino e aumentando as chances de doenças cardíacas, câncer de mama e próstata, diabetes tipo 02 e infertilidade naqueles que tem o contato direto com o papel.
Por ser tóxico, esse papel não pode ser reciclado, já que outros itens que entrarem em contato com a substância também são contaminados.
Além disso, o papel térmico dos cupons fiscais provocam o desmatamento de meio milhão de árvores, 35 bilhões de litros de água, 35 mil barris de petróleo e 38 mil toneladas de CO2 no Brasil por ano.
O Cupom Verde é uma tecnologia associada a um simples hábito em benefício da saúde e do meio ambiente e o melhor é que você não gasta nada com isso, pelo contrário, economizará com os papéis térmicos.
Para cada árvore que você salvar, o Cupom Verde plantará outra. É uma ótima forma de conquistar as gerações que estão cada vez mais preocupadas e conscientes com as questões do meio ambiente, não é mesmo?
Marcelo Faria, CEO da Contabilidade Riacho, explicou sobre o RET (Regime Especial de Tributação) em Minas Gerais e como isso pode beneficiar o e-commerce no estado.
Quais são as vantagens do RET para o E-commerce?
Além disso, Faria afirmou que o credenciamento se dá por diversas maneiras, a mais comum é através do sistema eletrônico da SEFAZ-MG. Algumas observações são que empresas no Simples Nacional não possuem abrangência do direito e inadimplências ou questionamentos jurídicos podem ser impeditivos. O prazo para o processo vai de 1 hora a 180 dias, dependendo da questão.
A Vip Commerce também marcou presença no Encontro de Gestores Supermercadistas com o Leandro Castanheira, e-grocery entrepreneur.
Segundo o especialista, o caminho não é discutir se o E-commerce vai funcionar, porque já funcionou. Agora é a hora de analisar como expandir os negócios, atender e engajar mais clientes e se diferenciar do concorrente.
Para isso ele apresentou 5 estratégias:
1 – Pensar na mídia online de forma estratégica, não só de replicar. Não adianta pegar um panfleto físico encaminhar o PDF para o consumidor via WhatsApp ou E-mail. O panfleto é uma mídia física e generalizada. É a mesma coisa de utilizar uma propaganda de rádio na televisão, vai vender, mas não tanto quanto poderia.
Um dos motivos é que as ferramentas dos Apps são maiores e melhores do que as mídias físicas. Hoje, a mídia precisa ser direcionada, direcionar tempo e esforço para ações em massa é desnecessário. Com as ferramentas digitais você consegue visualizar quantas pessoas assistiram o vídeo, quantas clicaram no link, quantas compraram, rastrear as vendas através da geolocalização e ver quantas dessas pessoas foram na sua loja física.
2 – Para tudo funcionar e o seu consumidor ter uma experiência fluida você vai precisar de um motor de busca eficiente no seu site. Mais de 60% das vendas online acontece na busca.
Isso significa que o seu consumidor não vai entrar na aba de produtos, procurar a aba de bebidas e rolar a página até encontrar a Coca-Cola. Ele vai jogar no campo da busca o que ele quer.
3 – Para atender a maior parte dos consumidores que conseguir você precisa trabalhar com mais de uma modalidade de entrega. Se você oferecer só a retirada e a entrega convencional você perderá uma parcela considerável de clientes.
As principais modalidades hoje em dia são a entrega agendada, a expressa, Bopis e Drive Thru. Tudo precisa de uma estratégia de preço e de entrega, sempre pensando na logística para o cliente.
4 – O frete é um ponto de discussão e uma das maiores dores do consumidor online. Ele não reclama de pagar um frete mais alto em uma pizza, mas acha ruim de pagar para a entrega do supermercado.
A solução é usar as campanhas de frete como estratégia. Por exemplo, você pode oferecer o frete grátis na compra agendada a partir de determinado valor. Essa é uma forma de também aumentar o ticket médio.
5 – Por fim, o cliente não quer receber qualquer oferta, um vegano não quer saber que o quilo do frango está em promoção. Se esse cliente não se interessa pelos produtos do seu supermercado que aparecem no Instagram dele, ele pode deixar de te seguir ou bloquear seus anúncios.
Como responder essa demanda? Com ofertas especializadas. Fazer a análise do comportamento do cliente e criar uma estratégia de direcionamento de mídia.
Benny Szylkowski, co-fundador da Scanntech, mostrou as mudanças que aconteceram no mercado varejista com o passar dos anos e como a TD pode ajudar no processo de promoções nos mercados.
Antes, as lojas poderiam trabalhar com menos sortimento, a concorrência era incomparavelmente menor, o consumidor tinha mais tempo para fazer compras e a localização da loja determinava quem seria seu consumidor.
Hoje, já existem redes com mais de 19 mil itens, com a omnicanalidade a localização não é tão importante e faz com que seus concorrentes aumentem significativamente. Além disso, o consumidor busca facilidade ao fazer compras.
Com a TD, promocionar ficou mais prático. Os processos são digitalizados e documentados, a execução é automática e instantânea, os cartazes são personalizáveis e podem ser padronizados, chamando maior atenção do consumidor, e você sabe exatamente quanto recebeu e se a promoção valeu a pena com a análise de dados.
Ainda no tema da Transformação Digital, o Badaró, diretor de Operações da Avanço Informática, mostrou como a nuvem pode ajudar nesse caminho.
O primeiro ponto é que você não precisa instalar aplicativos no seu computador ou servidor, pois o acesso se dá via internet. Os dados não se encontram em um computador específico, mas sim em uma rede.
Na prática, ao invés de gastar tempo e energia com a infraestrutura de TI, sua empresa se preocupa com a utilização dos sistemas e processos.
Além disso, a nuvem garante segurança, agilidade e inovação, mobilidade e flexibilidade, performance e custos operacionais baixos para o seu negócio.
Não são apenas razões técnicas que tornam a nuvem uma ótima opção de investimento para as empresas de varejo. Questões como o apagão de mão de obra e necessidade de se integrar cada vez mais com o ecossistema de soluções especialistas, tornam a nuvem uma decisão estratégica essencial para os varejistas adotarem nessa década que se inicia.
Badaró apresentou a arquitetura tecnológica baseada na computação em nuvem adotada pela Avanço Informática, líder em fornecimento de software de gestão para supermercados.
Confira os motivos para ter um software em nuvem aqui!
Newton Junior, consultor da Aquila explanou sobre precificação. Segundo o especialista, a unidade de negócio do varejo é cada uma das categorias. Então todos os tipos e marcas de sabonete, de chocolate etc. precisam ser rentáveis. O supermercado não pode ter uma linha que dá um lucro extremo e outra linha que dá prejuízo.
Para que isso não aconteça é importante analisar, avaliar e definir uma boa estratégia de precificação.
Qual a metodologia para definir a precificação de forma rápida e rentável?
Você precisa entender o sistema de precificação. Precificar precisa cobrir todos os custos que envolvem o produto. Esses custos precisam contabilizar os fornecedores, órgãos reguladores, colaboradores, o preço dos concorrentes e perfil dos consumidores. Sim, a forma como você negocia com seu fornecedor e o perfil e exigências do seu consumidor impactam no seu lucro e, assim, nos resultados do seu negócio.
Para você atender o perfil do seu consumidor você precisa entender, por exemplo, se ele vai no seu supermercado focado no custo dos produtos ou na diferenciação de mix que o seu negócio disponibiliza.
Um case de sucesso apresentado no 9º encontro de Gestores Supermercadistas foi o do SuperLuna, apresentado pelo Navarro Cândido, sócio proprietário da rede de supermercados.
Navarro apresentou as estratégias que sua empresa tem utilizado para se adaptar ao formato de atacarejo, desde a disponibilização de promoções baseadas em quantidades em lojas de supermercados, até mesmo abertura de unidades no modelo mais característico de atacarejo.
Além disso, ele defendeu a importância da liderança e iniciativa para os empresários supermercadistas em buscar crescimento de suas empresas diante desse cenário desafiador que o mercado vive.
Na terça-feira, 23 de novembro, houve o julgamento pelo STF do Tema 745, e o Daniel Starling, advogado da USS Sociedade de Advogados, explicou quais os benefícios para o varejo.
O Tema 745 consiste na redução da alíquota de ICMS aplicada sobre os serviços de fornecimento de energia elétrica e telecomunicações.
(podemos falar mais um pouco, me cobra um resumo que eles fizeram) Basicamente, falar do julgamento finalizado pelo STF sobre o tema, que ocorreu dia X, em que determina-se a redução da alíquota.
Quais os benefícios para o varejista?
Economia relevante para as empresas consumidoras de energia elétrica.
À título de ilustração, a cada R$10.000,00 de gastos mensais:
Restituição dos últimos cinco anos/60 meses, a cada R$10.000,00 por mês, que foram gastos nos últimos 5 anos:
Na penúltima palestra do 9º Encontro de Gestores Supermercadistas, o Dênio dos Santos, coordenador de tecnologia e segurança da informação na Avanço Informática explicou como a LGPD acarreta o varejo alimentício.
O primeiro ponto é que agora, mais do que nunca, é importante ter atenção e cuidado ao fazer parcerias com outras empresas para compartilhamento de dados, essa prática é proibida. Você só pode utilizar os dados de um consumidor desde que esse tenha consentido para esse fim.
Os dados sensíveis, como nome, endereço, CPF, idade, email e cartão de crédito, por exemplo, somente podem ocorrer quando o titular concordar de forma clara, para finalidades específicas.
Como lidam diretamente com o consumidor final, as empresas do varejo são as que mais recebem demandas judiciais.
Por isso, fique atento e revise as regras e políticas de segurança do seu site.
Para fechar o 9º Encontro de Gestores Supermercadistas, o Fernando Bravo, CEO da Vip Commerce, apresentou as perspectivas para o varejo do futuro.
Segundo o especialista, a digitalização, que já era uma tendência, agora é indispensável no varejo e não vai parar. Um dos motivos são as exigências das novas gerações, Millennials e Z, gerações que já nasceram no digital, fazendo com que as estratégias sejam diversas e um dos maiores desafios do varejo seja entender que não exista a separação físico digital.
Por isso, é importante definir algumas estratégias para ilustrar e uma delas são os serviços. Os clientes querem ser bem atendidos em qualquer ponto de contato com a marca. Ou seja, proximidade é o principal fator de conversão em qualquer classe social.
Assim, o varejo do futuro precisa saber ofertar o produto certo, para a pessoa certa, no momento certo.
Gostou do artigo? Compartilhe com seus amigos e deixe seu comentário.
Se tem dúvidas ou sugestões, nos envie pelo Fórum InfoVarejo!