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Central de Negócios de Supermercado: quais os benefícios e desafios?

Escrito por Equipe InfoVarejo | 17/09/2019
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Tempo de leitura: 7 minutos

Você já ouviu falar sobre o que é uma Central de Negócios e quer saber mais? Ou ainda não sabe o que é e quer entender melhor como ela pode funcionar com supermercados? Por aqui, já falamos sobre o que são as Centrais de Negócios e quais são os seus possíveis formatos de organização.

Galpão de uma Central de Negócios com produtos armazenados

Agora, iremos aprofundar neste assunto e trazer a você o que é uma Central de Negócios de Supermercados, como elas funcionam, quais os seus desafios e, principalmente, falar sobre os benefícios que uma Central de Negócios de Supermercados pode trazer, não somente para o seu supermercado, mas para todo o mercado a qual você pertence. 

O que é uma Central de Negócios? 

Embora a regulamentação das Centrais de Negócios seja só um Projeto de Lei, é possível definir que uma Central de Negócios é organizada majoritariamente por pessoas jurídicas e têm como o principal objetivo aumentar o campo de mercado por meio da compra conjunta. No entanto, ainda que seja esse principal foco, as Centrais de Negócios conseguem ampliar o campo de visão que, anteriormente, se restringia apenas à ideia de compra coletiva e, com isso, elas alcançam objetivos ainda maiores, como organização e estruturação dos associados, aumento do poder de negociação, fomento do crescimento do grupo por meio da troca de conhecimento, mais acesso ao mercado, entre outros pontos.

A Central de Negócios não é, portanto, apenas o meio pelo qual os seus associados podem comprar melhor, mas, também, é meio pelo qual eles podem obter um maior crescimento do seu negócio, se posicionando mais satisfatoriamente diante ao mercado supermercadista.  

A união faz a força: entenda o funcionamento das Centrais de Negócios de Supermercados

Como já mencionado, a Central de Negócios é um modelo que viabiliza a união de empresas que partilham de objetivos comuns. Entretanto, ainda que elas se unam para que, juntas, conquistem  resultados, dentro de uma Central de Negócios de Supermercado, essas empresas ainda mantêm sua independência e individualidade. 

Abaixo, está um esquema simplificado de como é, basicamente, o funcionamento de uma Central de Negócios: 

Como pode-se ver, as Centrais funcionam de maneira similar a uma associação. Um grupo se junta com alguns objetivos comuns e, a partir disso, começam a trabalhar para que todos tenham resultados por meio desta união. 

É preciso entender também que a Central é como se fosse um novo negócio, por isso é necessário que entenda a necessidade de investir em ferramentas que auxiliem nos processos, potencialize os recursos e contribua para que as ações sejam mais eficazes. 

As Centrais de Negócios de Supermercados surgem, então, com o intuito de viabilizar vários objetivos. Abaixo, listamos os mais comuns estabelecido por elas:

  • Compra conjunta;
  • Planejamento de ações;
  • Acesso mais diferenciado às mídias;
  • Compartilhamento de experiências e melhores práticas;
  • Capacitação de equipes;
  • Planejamento de marketing em conjunto;
  • Melhores linhas de crédito;
  • Maior poder no mercado. 

Principais benefícios das Centrais de Negócios

Se a união faz a força, aqueles que participam das Centrais de Negócios de Supermercados ficam, certamente, mais fortes. São muitos os benefícios de fazer parte de uma rede, mas falaremos das principais vantagens que você consegue obter ao estar em uma Central de Negócios de Supermercados. 

  • Compras 

Comprar melhor é um dos objetivos principais procurado por quem deseja unir-se ao grupo. Na Central, a ideia é fazer com que o poder de negociação seja potencializado. Dessa forma, ao comprar coletivamente, a Central consegue encontrar melhores preços, prazos de pagamentos e descontos. Pense que, ao estar em grupo, os supermercadistas conseguem negociar em uma posição melhor com os fornecedores e, por conseguinte, extrair ainda mais vantagens. 

Existem outros benefícios em comprar junto, não apenas a questão do preço em si, mas, também, de acesso. Alguns fornecedores, normalmente a indústria, vendem apenas a partir de um determinado volume. São alguns casos que, por exemplo, o supermercadista não consegue comprar sozinho, então, depende de um intermediário, normalmente um atacadista. Já a central, com a compra de todos os seus associados, consegue negociar diretamente com o fabricante. Tendo, dessa forma, a possibilidade de comprar mais e, consequentemente, conseguir um melhores condiçõe. 

  • Melhorias nas práticas dos processos internos 

Outro benefício que pode até não apresentar economia de escala, como no caso das compras, são os processos operacionais que podem ser relativamente padronizados e variam pouco entre as empresas. Logo, se eles são centralizados, existirá um aumento de produtividade e, também, na redução de custos. 

Para ilustrar, vamos imaginar o custo relativo de se treinar os açougueiros de loja para melhores práticas nas duas situações:

A primeira, em um varejista de apenas uma loja, que tenha somente um açougueiro. E a segunda, em um varejista com 50 lojas, com um açougueiro em cada, totalizando 100 açougueiros. 

Qual o custo relativo, isto é, em relação ao seu faturamento, para treiná-los? Sem dúvidas, a empresa com 100 açougueiros terá um custo menor, visto que ela conseguirá economias de escala, como contratação do instrutor, organização de turmas conjuntas, e etc. Enquanto aquele que tiver menos, gastará mais, pois não terá como negociar melhores condições. É neste ponto que as Centrais de Negócios entram contribuindo para juntar os dois perfis e, com isso, proporcionar melhores condições aos dois tipos de empresários. 

Esse conceito pode ser aplicado para vários tipos de processos e prestadores de serviço, isso vai depender muito da maturidade da Central de Negócios. Nos casos de serviços jurídicos, por exemplo, podem ser facilmente centralizados, enquanto serviços contábeis (centralizar a contabilidade de todos os associados em um escritório) já demanda mais maturidade e alinhamento maior da Central. Isso porque são serviços mais sensíveis, que depende das características dos empresários. 

Portanto, como já dito anteriormente, essas ações dependerão do contexto e nível de engajamento e alinhamento dos associados.

  • Marketing 

Outro aspecto significativo é que, com as Centrais de Negócios de Supermercado, é possível desenvolver soluções para as questões do Marketing, como design das lojas, criação de uma marca única, além de união para propagandas, seja em jornais de ofertas, televisão ou internet. Fazer parte desse tipo de rede pode impulsionar estratégias que levam o negócio para a frente, com um custo e esforço reduzido para cada supermercado, visto que em conjunto que eles realizam essas ações. 

  • Compartilhamento de experiências

A base das Centrais de Negócio é o conhecimento que os seus associados têm sobre o negócio. Por isso, o compartilhamento de experiências e vivências pode agregar ainda mais no negócio um do outro, visto que essa troca pode estimular o amadurecimento das ideias, melhoria de algumas práticas e trazer mais assertividade nas decisões.

Compartilhar boas práticas entre as lojas, pode impulsionar e fortalecer todos os associados. Por exemplo, um associado que tenha obtido bons resultados com a prevenção de perdas, poderá compartilhar com os demais suas práticas, para que todos obtenham bons resultados. E assim por diante. 

Seguindo, sabe-se que uma das bases da gestão empresarial é a melhoria contínua, desde os processos operacionais aos gerenciais. Sabendo disso, o aprendizado é o meio pelo qual as empresas melhoram. E a troca de experiência é um catalisador disso. Compartilhar os conhecimentos, os erros, acertos e até as técnicas com o grupo faz com que a informação circule, além de proporcionar que os membros se conheçam melhor e estabeleçam confiança entre si. Estabelecer a confiança dentro da Central de Negócios é, portanto, decisivo para o sucesso da mesma. 

As Centrais de Compra de Supermercados também apresentam desafios 

  • Criar o sentimento de pertencimento

Uma das maiores dificuldades hoje é conseguir fazer com que os empresários abram mão do modelo de negócio individual e pensem mais em negócios coletivos. Embora a ideia de todos se juntarem para alcançar melhores resultados seja boa, é preciso mencionar que dentro do mundo dos supermercados isso é obstáculo. Desse modo, é essencial que os integrantes da rede se sintam pertencentes ao grupo, isso porque é importante que eles sejam cada vez mais ativos e integrados. Uma Central Negócios de Supermercado que os associados estão fortes e unidos ao propósito do grupo tende a alcançar mais rapidamente os resultados. 

Neste momento, você pode se perguntar “será que é possível fazer a junção de lojas que são diferentes, e até mesmo, concorrentes?”. De fato, essa é uma pergunta pertinente. Entende-se que a união entre os associados, ainda que eles sejam concorrentes no mesmo negócio, tende a fortalecê-los, além de proporcionar vantagens que, sozinhos, eles não teriam. 

Outrossim, é uma característica do varejo ter a concorrência muito pulverizada e regional. Normalmente, os associados das Centrais de Negócios de Supermercados podem até concorrer entre si, mas, provavelmente, o concorrente principal de cada uma das lojas são outras lojas, atualmente, as grandes redes, que não participam da central. Então, os integrantes da central conseguem tornar a sua loja mais competitiva e conseguem superar desafios que, individualmente, seriam muito mais difíceis. 

  • Compartilhamento de informações 

O compartilhamento de informações entre os associados é considerado como um dos pilares da Central de Negócios de Supermercados, logo, isso pode ser uma estratégia de crescimento entre eles. Entretanto, sabe-se que o medo de fornecer informações referente às práticas realizadas em suas lojas ainda é latente. Por isso, faz-se necessário falar da importância de trocar conhecimentos entre os membros, sem que os mesmos fiquem inseguros em fornecer essas informações. Contudo, para que isso seja feito, é fundamental que se tenha o engajamento dos associados, de modo com que a troca seja feita mais facilmente. 

A comutação de conhecimento possibilita ao grupo três aspectos importantes que uma boa base de informação dentro da Central de Negócios de Supermercado consegue fornecer: 

  1. Autoconhecimento
  2. Comparação 
  3. Maior poder na negociação 

Então, difundir a prática de compartilhamento de informações, experiências, vivências, acertos e até os erros, permite o aprendizado entre os integrantes da Central pela melhor via: o exemplo. Dessa maneira, é possível transformar os erros em aprendizado e construir uma rede que seja capaz de tomar melhores decisões tanto no presente quanto no futuro. 

  • Adaptação das demandas dos associados 

A ideia da Central de Negócios de Supermercados é unir empresários ainda que estes tenham características distintas, ou até mesmo sejam concorrentes nos seus negócios. Por isso, falar do perfil das lojas, em todas as dimensões, desde maturidade de gestão, até o mix de produtos faz-se importante. Isso porque, grandes diferenças no dia a dia serão obstáculos para a realização de ações. O exemplo mais objetivo e simples é o mix de produtos, se as lojas têm perfil de consumo diferente, parte das compras não serão possíveis de serem centralizadas e, portanto, não terão o benefício do maior poder de barganha. Ou até mesmo, trarão complexidade a departamento de compras da rede.

Justamente por isso que é importante que as práticas realizadas visem à adaptação das demandas dos associados. É importante que todo o grupo ganhe, mas, além disso, é fundamental que os objetivos individuais também sejam alcançados. 

Conclusão

Como não é segredo para ninguém, o mercado não é mais o mesmo que anos atrás. Diante disso, é necessário que se busque meios para conquistar ainda mais espaço. E com as Centrais de Negócios de Supermercado, pode-se ter vantagens que deixe os associados em posição melhor aos que não pertencem a elas. 

As Centrais são, portanto, um modelo de negócio que tem se consolidado nos últimos anos. Nelas, os interesses individuais estão abaixo dos interesses coletivos, trazendo benefícios aos seus associados. Muito mais do que apenas comprar em conjunto, as Centrais de Negócios de Supermercado devem se preocupar com o desenvolvimento dos seus associados e seus resultados. Por essa razão, sempre é importante lembrar que, juntos, são mais fortes, e, por isso, podem ir mais longe. 

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